A Doença de Parkinson afeta movimento, fala, deglutição, sono e cognição, mas há estratégias com boa evidência para manter autonomia e qualidade de vida. A base do cuidado é medicamentosa: a levodopa segue como padrão-ouro para sintomas motores e, quando necessário, associam-se agonistas dopaminérgicos, inibidores da MAO-B e da COMT para otimizar o controle. Um ajuste simples que faz diferença é sincronizar os horários das doses com treinos funcionais; muitas pessoas rendem mais na fisioterapia logo após a medicação. Na reabilitação, vale priorizar fisioterapia focada em função: aeróbico, força e equilíbrio, treino de tarefa como levantar, virar e caminhar, uso de pistas externas visuais ou sonoras para lidar com o freezing e exercícios de dupla-tarefa. Exercícios como caminhada, bicicleta, dança, tai chi e boxe sem contato ajudam no condicionamento, na marcha e no equilíbrio. Fonoaudiologia (terapia vocal intensiva e manejo da deglutição) melhora comunicação e segurança ao engolir, enquanto a Terapia Ocupacional promove adaptações nas atividades e no ambiente para ampliar independência em AVDs e segurança domiciliar.
Em casos de flutuações e discinesias apesar do tratamento otimizado, especialmente com boa resposta prévia à levodopa, a Estimulação Cerebral Profunda (DBS) pode ser considerada após avaliação multidisciplinar. Hábitos do dia a dia potencializam resultados: higiene do sono e cuidado com saúde mental, organizar a levodopa longe de refeições muito proteicas, tratar constipação e prevenir quedas com calçado adequado, boa iluminação, retirada de tapetes soltos e treino de equilíbrio. Sinais de alerta que pedem reavaliação incluem quedas novas, perda de peso, engasgos, alucinações ou piora do padrão ON/OFF. Em resumo, combinar medicação bem ajustada, reabilitação estruturada e rotinas saudáveis é o que mais gera impacto e um plano personalizado, revisto periodicamente, costuma ser o caminho mais eficaz.